segunda-feira, 29 de junho de 2009

A importância que a população dá, para trabalhos como o meu!


Partindo de conhecimentos empíricos observa-se que trabalhos que realizam pesquisas básicas, geram menos interesse, discussão e polêmica do que outros que não possuem esta característica. O trabalho citado no título deste texto refere-se ao levantamento e à identificação de fungos anemófilos (dispersos pelo vento), do município de Tangará da Serra, e as correlações com fatores ambientais, um exemplo claro de pesquisa que não desperta muito interesse da população.
Outros trabalhos com características similares estão na mesma situação, por exemplo: Fazer levantamento de moscas no Cerrado Brasileiro, com objetivo de redescrever um gênero já existente, descrevendo duas novas espécies. E pesquisar uma nova técnica de estocagem de ovos de percevejo visando a produção massal, ou seja, em grande quantidade, de parasitóide em laboratório.
Destacando a importância de cada trabalho, enfatizo que saber da existência de uma gama de fungos, em algum lugar, o que eles fazem/causam, ou podem fazer/causar, como sua população aumenta ou diminui é de sumo interesse, principalmente quando se retrata quadros de alergia desencadeados por agentes aerobiológicos. No caso da descoberta de uma nova espécie de mosca em algum lugar, pode se inferir que esse ambiente possua características naturais diferentes de outros, onde o registro não foi detectado ainda, aumentando os motivos para preservá-lo. Ou no caso de detectar que, além de uma, existem duas técnicas para estocar ovos de percevejos, ampliamos as possibilidades de manejo deste no uso de controle de pragas sem uso de veneno, substância química que prejudica direta ou indiretamente o meio ambiente e os seres vivos em geral. Para os pesquisadores esta importância já está clara, porém isso nem sempre é simultâneo para o leitor.
Descartando a hipótese que o pesquisador finalize um texto com linguagem complexa, me indago: _ Será que a falta de interesse por parte do leitor por esse tipo pesquisa está correlacionado há falta de subsidio para compreender o assunto e interessar-se por ele, ou a resposta está em como o conhecimento base, importante para compreensão do conhecimento específico, foi transmitido?
Com relação a última opção destacando a questão educacional, vejo que muitas pessoas se desinteressam por algum conteúdo quando este é transmitido de maneira complexa e confusa, este comportamento é observado em professores que não possuem muita habilidade em sala de aula, ou que não dominam o conteúdo em questão. Neste caso exemplificando a pesquisa sobre fungos, me questiono: Como posso passar este conceito ao aluno, de maneira que este não desista do conteúdo antes de conhecê-lo profundamente?
Cientificamente falando, o fungo é um organismo microscópico, eucarionte, uni ou pluricelulares, heterótrofo, que se alimenta por absorção, podem ser patógeno ou não e devido às suas características fisiológicas, consegue desenvolver-se em diversos ambientes.
Em outras palavras, o professor poderia iniciar o conteúdo levando-o para a realidade do aluno, dizendo que fungos são organismos muito pequenos colocados na massa do pão/bolo, que ao se alimentarem do açúcar adicionado na massa, fazem com que a mesma cresça, deixando o pão maior e macio e que o mesmo fungo da massa do pão, é utilizado na produção de cerveja entre outras bebidas alcoólicas. Ou que fungo é um organismo muito pequeno, que ao entrar em contato com a unha de humanos e achar condições favoráveis, pode causar doenças deixando-a de cor escura, azulada, com ou sem ou odores. A partir de então, depois de fazer esta ligação, o professor poderá aprofundar o assunto com termos mais específicos, esclarecendo os detalhes de como essas reações acontecem.
Ao simplificar a linguagem do assunto, passando de maneira clara e sucinta, o professor, propõem situações para que o aluno compreenda o mesmo e sinta mais interesse em aprender sobre o que está sendo trabalhando, não deixando a pessoa com traumas, preconceito ou raiva.
Atitudes como estas poderiam melhor a recepção, não apenas de trabalhos como o meu, mas de diversos pesquisadores com diferentes linhas de pesquisas.

domingo, 21 de junho de 2009

Genética molecular: Uma luz para taxonomia dos fungos


O reino dos fungos encontra-se dividido em cinco subdivisões: Mastigomicotina, Zigomicotina, Basidiomicotina, Ascomicotina e Deuteromicotina. Estão assim classificados devido às diferenças morfológicas das estruturas reprodutivas existentes entre eles. Para classificar um fungo, é necessário analisar vários aspectos, macro e micro morfológicos, tendo como base de estudo as estruturas reprodutivas, bem como as células reprodutivas juntamente com o acompanhamento do ciclo assexuado e sexuado do espécime. No caso da subdivisão Deuteromicotina estão inclusos somente os gêneros em que o ciclo sexuado ainda é desconhecido. Logo, com o descobrimento desses ciclos, esta subdivisão tende a reduzir, podendo até acabar.
A grande dificuldade na identificação/classificação de fungos está associada ao fato de que, dependendo da manutenção que o fungo sofreu ele pode alterar suas estruturas e, muitas vezes induzir o taxonomista a uma classificação de gêneros distintos quando estes são iguais. Por isso, na taxonomia de fungos as manutenções dos espécimes são de suma importância, para o sucesso da identificação. Nesse aspecto, ao analisar os fungos em nível molecular, reduzimos a ocorrência desse erro, agilizando a classificação e identificação dos mesmos.
Calcula-se a existência de 100.000 a 200.000 espécies de fungos, e desses 180 são patógeno ao homem (LACAZ et al, 2002). Portanto ao Utilizarmos a biologia molecular para a identificação dos fungos, alcançamos diversos benefícios, como econômicos, pois facilita a identificação de um patógeno sendo possível a medicação com o antifúngico mais correto, como tambem na produção de medicamentos a partir dos fungos; ecológicos no sentido de determinar com certeza a diversidade fúngica do solo, ar e água de uma região, colaborando também nas pesquisas filogenéticas que verificam as relações entre as características existentes nas diversas espécies fúngicas.

Referências consultadas
LACAZ, C. S; PORTO, E; MARTINS, J. E. C.; VACCARI, E. M. H.; MELO, N. T. Tratado de micologia médica. 9ª ed. São Paulo. Sarvier, 2002. 1104 p.

Educação: Sinônimo de riqueza



Atualmente o ensino de ciências, tem marcado presença significativa no cotidiano da maioria das pessoas, complementando os ensinos aprendidos em sala de aula. Indireta ou diretamente a mídia tem reforçado estes conhecimentos, mesmos quando eles são superficiais retratando assuntos diferenciados. Seja na televisão, exposta nos jornais, novelas, ou filmes, ou nos rádios, internet, jornais entre outros veículos de comunicação gerando oportunidade do conhecimento, sinônimo de riqueza.
Conhecimento que pode transformar e modelar, o comportamento social, econômico, gerar habilidades inovadoras, ações criativas, culturas diferenciadas, influenciar as modas, aumentar os cuidados e atenções com a saúde, melhorar as condições da estrutura familiar, enfim a educação em um todo.
Aspectos estes que influenciam na formação de uma sociedade mais autônoma, crítica e consequentemente entusiasmada no sentido de obter informações, deixando de ser espectadores, mas fazendo parte dela.
Porém, nem sempre a ciência que está na mídia e até nas escolas proporcionam ensino científico essencial para o aluno, situação que agrava a boa formação e obtenção dos conhecimentos que fazem com que a sociedade desenvolva.
Muitas vezes, o conhecimento científico fica restrito a pessoas de maior poder aquisitivo, com relação à maioria da população. Situação que prejudica o surgimento e crescimento de recursos humano capacitados nessas áreas, visto que hoje a principal forma de educação provém do poder público, e esse nem sempre disponibiliza os meios necessários para que o ensino de qualidade se realize.
Geralmente o ensino público não oferece laboratório de pesquisa, de informática, programas de iniciação cientifica, entre outros recursos que possibilitam a realização de aulas práticas, que são de suma importância na concretização do ensino aprendizado, e a situação educacional torna-se pior quando o docente leciona suas aulas baseando-se apenas no livro didático, reduzindo as oportunidades que o aluno precisa para ampliar seus conhecimentos, pois, aos inserir aulas práticas e laboratoriais, o conteúdo se torna mais interessante, claro e os alunos podem sanar melhor suas dúvidas, despertando curiosidades a respeito do que se ensina.
Por exemplo, durante a explicação sobre o sistema visual, a fisiologia pode ser considerada um transtorno ou um prazer, isso depende dos recursos disponíveis e a maneira em que o docente conduzirá suas aulas. Neste caso, considerando que a escola possui um laboratório de ciências, o professor pode trabalhar com a turma em grupos apresentando-lhes um olho de boi, para que os alunos possam abrir e analisar cada estrutura compreendendo melhor suas funções.
Desta forma verifica-se que o investimento na educação detalhadamente no espaço escolar, na informatização dos centros de ensino, em laboratoriais didáticos, entre outras ações como eventos que despertem a criatividade e curiosidade dos alunos, são essencial na formação de uma sociedade mais autônoma.
Para um país como o Brasil, possuidor de inúmeras riquezas o surgimento mesmo que seja em longo prazo, de corpo humano competente, capaz de criar conhecimentos e tecnologias que são de alto custo, hoje encontradas apenas no exterior, refletirá positivamente no desenvolvimento unânime do país.

Referências utilizadas
UNESCO. Ensino de Ciências: o futuro em risco. Série Debates VI. 2005.
WORTMANN, M.L. Sobre a ciência que se aprende dentro e for a da escola. Disponível em: . Acesso em maio de 2008

domingo, 31 de maio de 2009

A importância das proteínas para os seres vivos

Os seres vivos possuem as mais variadas características, estas são hereditárias, ou seja, são transmitidas de pais para filhos. E são resultado da interação entre moléculas que formam o organismo. Dentre estas moléculas podemos citar as proteínas, que é uma das moléculas fundamentais no organismo, por estar relacionada à tradução e transcrição do DNA.
O DNA é a única molécula capaz de sofrer autoduplicação, além de ser considerada semiconservativa, uma vez que cada molécula nova apresenta uma das fitas vindas da mãe e outra fita recém sintetizada, e é a partir do DNA ocorre o processo transcrição, com a fabricação de RNAs transportadores, ribossômicos e mensageiros. Cada um destes elementos tem uma função exclusiva e muito importante no processo seguinte, que é o processo de tradução onde se formam uma ou mais proteínas. As proteínas sintetizadas possuem características próprias, desempenhando funções específicas no organismo. Qualquer anormalidade genética reflete diretamente sobre a proteína, comprometendo a forma estrutural e o funcionamento desta, muitas vezes prejudicando o organismo. Estas anormalidades podem ser causadas por diferentes motivos, podendo ser pela deleção de um aminoácido decorrente de uma síndrome genética transmitida ao mecanismo de transcrição, por uma simples troca de aminoácidos, pela colocação de outro aminoácido que não deveria ser introduzido em certa posição na cadeia peptídica, ou ainda pela inversão da posição modificando a ordem seqüencial dos aminoácidos. Essas alterações normalmente podem resultar na inativação de uma ou mais proteínas. Esta inativação pode causar danos leves ou graves ao organismo. Podendo ser simples alterações na cor do cabelo, cor dos olhos, ou cor da pele, ou até mesmo deformações ou doenças consideradas mais graves.
As proteínas estão envolvidas também em doenças como o Alzheimer e a esquizofrenia, uma vez que uma proteína chamada fosfolipase A2 um tipo de proteína que acelera reações químicas. Pacientes com doença de Alzheimer apresentam quantidades reduzidas da enzima fosfolipase A2, encontrada no sangue e nas células nervosas, e os paciente com esquizofrenia apresentam quantidades elevadas desta enzima. Daí nota-se as variadas funções das proteínas em nosso corpo e a sua extrema importância em quantidades adequadas em nosso organismo.

Referenciais bibliográficos:
LOPES, R. J. Enzima fornece diagnóstico de Alzheimer, folha de são Paulo on line,2009.
TUNES, SUZEL. Enzima denuncia Alzheimer: Identificada molécula que pode servir para diagnosticar doença anos antes de sua manifestação, FAPESP, 2002.
www.revistapesquisa.fapesp.br> Acesso em 11/05/2009

Aulas práticas na formação dos alunos

Para a formação de cidadãos é necessário que se invista na educação das crianças. E para isso, é importante que se forme profissionais competentes e capacitados para lidar com os diferentes situações e tipos de alunos, esses profissionais devem estar capacitados para conciliar as diversas formas de ensino, tanto teórica quanto as aulas práticas.
Pimenta (2004) afirma que para se aprender é necessária a prática, e não poderia ser diferente com a biologia. Onde existem áreas ou conteúdos que muitas vezes são de difícil entendimento se não houver a aula prática, principalmente quando se trata de estruturas ou seres microscópicos, o que torna as aulas teóricas totalmente sem sentido.
O bom professor deve estar sempre preparado para a utilização de aulas práticas, pois, segundo Tiba (1998) é responsabilidade do educador provocar no aluno o prazer de aprender, e a aula pratica tem o poder de prender a atenção do aluno, fazendo com que este muita vezes obtenha melhores resultados com a aula prática que somente com a teórica. Com a aula prática muitas vezes um tema que para o aluno era considerado sem importância passa a ser super interessante.
Tiba (1998) diz que uma boa aula é como uma refeição, quanto mais atraentes estiverem os pratos que o cozinheiro oferecer, mais desejarão saboreá-lo. Com a aula o processo é o mesmo, quanto mais o educador se dedicar ao conteúdo, quanto melhor for sua didática, mais o aluno terá prazer em aprender. Assim se o educador conseguir conciliar as aulas teóricas com as práticas pode despertar no aluno o prazer em conhecer, o prazer de buscar aprender cada vez mais. Pois, segundo o mesmo autor o aluno pode aprender por obrigação, para passar de ano, ou como dizem, para vencer na vida, mas se as informações passadas pelo professor forem bem apresentadas, os alunos terão curiosidade e prazer em aprender.
Para Chalita (2001) a educação não pode ser vista como um depósito de informações, a educação deve ser vista como algo mais palpável, mais acessível a todos e a aula prática tem esta capacidade, de trazer assuntos distantes para o dia a dia. O aluno tem o direito de saber que também é capaz de visualizar uma célula, uma bactéria, de produzir mudas, de manipular produtos químicos, dentre tantas outras ares abrangidas pela biologia.
A aula prática é fundamental em qualquer área, mas, importante dentro da biologia, visto que se trata de seres vivos, e qualquer aluno considera muito interessante entender na pratica como funciona estes seres e todas as suas relações com o meio em que vivem, uma vez que ao estudar os seres vivos esta também estudando o ser humano.


Referenciais bibliográficos:
CHALITA, G. Educação: a solução está no afeto, Editora: Gente, São Paulo, 2001.
PIMENTA, S., G. e LIMA, M. S. L. Estágio e docência, Editora: Cortez, São Paulo, 2004.
TIBA, I. Ensinar Aprendendo: Como superar os desafios do relacionamento professor-aluno em tempos de globalização, Editora: Gente, 10ª Ed, São Paulo,1998.

Levantamento de plantas medicinais

A utilização das plantas como medicamentos é muito antiga, e passou a fazer parte da cultura humana, através de observações dos primeiros hominídeos ao analisar e processar as informações sobre a forma como os animais procuravam tais plantas. A utilização de plantas medicinais pelo povo faz parte ainda hoje da cultura brasileira, como resultado das experiências de gerações passadas, que foram transmitidas por meio de aprendizagem consciente e inconsciente (Panizza,1997).
Com tantas ervas disponível em nossos quintais, em nossas matas, em nossas florestas, hoje ainda são poucos os estudos, os investimentos e até mesmo os conhecimentos que se tem sobre a vasta flora brasileira que é uma das mais ricas do mundo, principalmente quando se trata de ervas medicinais. O que torna muito importante o estudo destas plantas, pois, estes permitem a produção de medicamentos naturais, podendo ajudar no tratamento das mais variadas doenças, já que tão pouco se conhece sobre estas plantas (Rodrigues e Carvalho, 2001), podendo estas tratar doenças que hoje ainda são consideradas de difícil cura.
Para Serigatto e Campos (1997) no mundo em que vivemos, as dificuldades financeiras são tantas que os menos abastados dificilmente conseguem adquirir os remédios necessários para curar suas enfermidades e por isso perecem dos mais variados incômodos e não sabem que o tratamento e o medicamento mais acessível pode ser derivado das plantas medicinais, ou até mesmo utilizando-as in natura, o que faz das plantas medicinais uma opção para uma vida mais saudável independente da classe social. Atualmente as plantas medicinais representam uma alternativa barata, de fácil manutenção e comprovadamente eficiente, quando corretamente cultivadas, manipuladas e utilizadas (Vieira et al, 2004 apud Barreto et al, 2006). Porém para conhecermos melhor as plantas de modo geral, o primeiro passo é um estudo etnobotânico, visto que ela compreende o estudo das sociedades humanas, passadas e presentes, e suas interações ecológicas, genéticas, evolutivas, simbólicas e culturais com as plantas (Fonseca-Kruel e Peixoto,2004), o que facilita o entendimento sobre as mesmas. E para chegarmos a este conhecimento é necessário que se faça o estudo etnobotânico, através de entrevistas com os moradores da região a ser estudada, com a coleta e identificação das plantas encontradas, para só então ser possível um estudo mais aprofundado sobre a eficácia de cada erva coletada ou citada pelos moradores.
O estudo sobre estas plantas é importante ainda pelo valor cultural que existe no uso e nas formas de uso destas plantas, e através destes estudos podemos garantir que estes conhecimentos tão importantes não se percam no tempo, ou que plantas deixem de existir antes mesmo de serem descobertas.

Referenciais bibliográficos:

PANIZZA, S. Plantas que curam(cheiro de Mato), 25ª ed. Ibrasa, São Paulo, 1997.
RODRIGUES, V. E. G e CARVALHO D. A. Plantas medicinais no domínio dos cerrados, Ed.UFLA, Lavras, 2001.
SERIGATTO, E. M. e CAMPOS R. A. B. Plantas utilizadas na medicina caseira na região de Alta Floresta- MT. Ed.Gráfica Real, Mato Grosso, 1997.
FONSECA-KRUEL,V. S da. e PEIXOTO A. L. Etnobotânica na Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo, RJ, Brasil1, 2004. Revista Acta Botânica, p.177.
VIEIRA, L. A., et al, Projeto Farmácia Viva-Implantação da Fitoterapia no SUS/Betim. In:X Seminário Mineiro de Plantas medicinais, São Paulo, 2004. Citado por: BARRETO, B. B. et al, O uso de plantas medicinais por comunidades carentes no município de Juiz de Fora(MG), 2006.
Disponível em: <
www.dacbio.ufjf.br/Resumos_Sembio> Acesso em: 11/05/2009.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Características de identificação, estranhas, mas necessárias


A identificação de espécies, é uma prática desenvolvida a muito tempo, e são utilizadas várias características para sua execução. Em insetos, assim como em outros grupos um potencial caractere para a distinção entre espécies é a genitália, seja ela masculina ou feminina. Essa característica é utilizada, pois se mostra altamente adaptada e diferenciada mesmo entre espécies muito próximas filogeneticamente.
A seleção sexual parece ser uma boa resposta para essa diferenciação, visto que o sucesso reprodutivo de uma espécie parece depender em grande escala da evolução das genitálias tanto masculinas como femininas.
Machos e fêmeas apresentam em alguns grupos uma condição chamada de coevolução que acontece exatamente para um maior especificação entre os indivíduos de mesma espécie, evitando o cruzamento entre organismos de espécies diferentes gerando híbridos.
Nos táxons onde a fêmea tende a copular com mais de um macho existem adaptações ligadas ao impedimento destas relações. O macho, de alguma maneira, normalmente, causando lesões as genitálias das fêmeas, busca impedir a cópula com possíveis competidores. Há casos extremos onde alguns machos investem toda sua possibilidade reprodutiva em uma única fêmea, e para garantia de sucesso da prole, ele deixa sua genitália presa ao aparelho reprodutor feminino, ele impede a outros machos, mas em conseqüência perde sua genitália.
Com características distintivas bastante importantes os estudos com genitálias em Drosophilidae representam um grande avanço na descrição, redescrição e nos estudos sobre relações de parentesco de espécies, e se tornaram uma ferramenta muito importante por apresentar uma diferenciação rápida evolutivamente falando.
Contudo ainda há algumas questões a serem discutidas sobre a importância desta característica para a identificação e até para a descrição de espécies, pois em alguns táxons a diferenciação da genitália não acompanha a diferenciação de outras estruturas.
Desta forma, ficam as dúvidas, qual seria a origem destas variações e qual a influência delas na evolução e adaptação das espécies?.
ANDRADE, C.A.VIEIRA, R.D.ANANINA, G. KLACZKO,L.B. Evolution of the male genitalia: morphological variation of the aedeagi in a natural population of Drosophila mediopunctata. Genetica. 2009 Jan;135(1):13-23. 2008.
HOSKEN, D. STOCKLEY, P. Sexual selection and genital evolution. Trends in Ecology and Evolution. V. 19. n. 2. February. 2004.

A sistemática e as ciências em transformação


A sistemática filogenética criada por Henning em 1950, como uma nova metodologia para classificar os organismos, tem como principal conceito o agrupamento dos seres em filogenias ou cladogramas, baseados em características determinadas através de relações de parentesco e ancestralidade.
Esta metodologia caracterizou uma nova forma de entender e de associar a diversidade biológica. Assim a sistemática filogenética propõe ,uma ordenação da diversidade observada, e o entendimento de quais processos são responsáveis por ela.
A Sistemática, porém, não surgiu apenas a partir de Henning, mesmo Aristóteles já classificava os organismos em três reinos, Mineral, Animal e Vegetal. O que quero ressaltar é que novas metodologias vão surgindo para analisar e complementar métodos já existentes, e que, é este confronto de idéias que oportuniza às ciências um entendimento cada vez maior do nosso planeta.
Para a contribuição em outras áreas da Biologia e para o conhecimento da diversidade biológica há necessidade de que estas atualizações sejam divulgadas. E devemos fazê-lo desde as Universidades até a educação básica. Inserindo conceitos e apresentando possibilidades permitimos aos alunos entender como os organismos estão relacionados, mas, acima de tudo, podemos demonstrar como as ciências acontecem e de que maneira elas são modificadas e melhoradas.
AMORIM, D. S. . Fundamentos de Sistemática Filogenética. Ribeirão Preto: Holos, Editora, 2002. 156 p. GUIMARÃES, M.A. Uma proposta de ensino de zoologia baseada na sistemática filogenética. In: XII ENDIPE - Conhecimento local e conhecimento global, 2004, Curitiba. p. 1074-1084. 2004.

Autonomia no aprendizado e a aquisição do conhecimento


Estamos em uma era onde a ciência e a tecnologia nos cercam por todos os lados. Do jornal que lemos pela manhã, até às discussões nos bancos de praças, sempre nos deparamos com algum comentário sobre os avanços tecnológicos em, curas de doenças, descoberta de novos vírus e, até mesmo, o desenvolvimento de novos robôs por algum cientista japonês.
O desenvolvimento da ciência em um país depende inevitavelmente de uma boa educação. Na formação de profissionais capazes de inovar e para a inclusão da nação no mundo globalizado, é necessário que o planejamento da educação favoreça o aprendizado de ciências.
E este aprendizado deve ser guiado tentando desenvolver nas crianças e jovens, uma autonomia que os permita aprender sempre, possibilitando o desenvolvimento de idéias próprias, baseadas em conceitos aprendidos.
Mesmo ambientes não formais de educação têm um papel importante na aquisição desta autonomia, pois permitem ao aluno o desenvolvimento de diversos aspectos cognitivos. Desta forma, atividade desenvolvidas em zoológicos, parques e quaisquer outros ambientes, externos as salas de aula, tendem a contribuir para o aprendizado.
É necessário lembrar que estas atividades são aproveitáveis apenas, com uma boa preparação, para que se mantenham relacionadas aos objetivos. Sendo assim, não há a necessidade de se desenvolver modelos, para o desenvolvimento de uma boa aprendizagem, basta que sejam empregadas, metodologias que conquistem os alunos e façam com que eles construam o próprio conhecimento através dos conhecimentos adquiridos.
UNESCO. Ensino de Ciências: o futuro em risco. Série Debates VI. 2005.
VIEIRA, Valéria, BIANCONI, M. Lucia and DIAS, Monique. Espaços não-formais de ensino e o currículo de ciências. Cienc. Cult., Oct./Dec. 2005, vol.57, no.4, p

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A memória e o aprendizado

“Memória é aquisição, a informação, a
conservação e a evocação de informações”
Izquierdo(2002)
Estas lembranças podem ser retidas de diferentes formas, através de nossos sentidos, como o tato, a audição, e a visão. As informações sobre as memórias são importantes para que possamos lidar melhor com cada tipo de pessoa, pois, a memória define a personalidade das mesmas, dependendo de qual ambiente estas foram criadas e de como isso às afetou emocionalmente.
Para os professores as informações sobre as memórias são muito importantes, pois, pode auxiliar no ensino, para que o mestre entenda que cada aluno arquiva na memória coisas diferentes, de diferentes formas.
Alguns alunos podem até não saber a resposta a uma pergunta feita pelo professor, mas se este diz uma palavra relacionada ao conteúdo, estimulando as lembranças do aluno, ele logo consegue responder a questão.
Os alunos com problemas familiares, problemas pessoais ou outro qualquer, apresentarão maior dificuldade de aprendizagem que aqueles sem nenhum problema, e deve-se entender que isto não é uma opção do aluno, e sim uma forma de reação da memória. O conhecimento sobre memórias pode ajudar o professor a repassar o conteúdo em sala de aula, relacionando as matérias com conhecimentos e vivencias do cotidiano do aluno, como a primeira bicicleta, o primeiro beijo, a primeira namorada e tantas outras lembranças. Isso pode fazer com que o aluno ao lembrar de fatos marcantes de sua vida, lembre-se também do conteúdo dado pelo professor.
As memórias que não são consideradas importantes e arquivadas pelo cérebro são descartadas, por isso quando o aluno não é incentivado a buscar conhecimento e aprender, ele acaba por decorar a matéria e em pouco tempo não se lembra de mais nada do conteúdo estudado, o que acontece é que o aluno não conseguiu relacionar ou vincular a informação a nenhum fato, eram informações soltas e por isso rapidamente foram descartadas. Daí a importância da didática do professor, quanto mais vínculos ele criar a respeito do conteúdo, mais tempo o aluno irá lembrar do que foi dito, só então terá aprendido o conteúdo.
O aprendizado é o resultado da interação entre memórias e o ambiente em que se vive, ele é construído e reconstruído continuamente, em todos os momentos da vida.
O professor que tem o conhecimento de como funciona a memória tem maior facilidade de trabalhar com os alunos, sabendo a melhor forma de fazer o aluno aprender. A lembrança deste professor certamente ficará armazenada na memória dos alunos, e será para sempre levada com os mesmos, pois, os bons momentos e as pessoas marcantes de nossas vidas dificilmente são esquecidos.

Referênciais Bibliográficos:
IZQUIERDO,I.Memória, Ed. Artmed,2002;

terça-feira, 28 de abril de 2009

Importância da didática nos aspectos neurocognitivos


Enquanto educadores, os docentes desejam que sua proposta de ensino seja sempre bem aceita e compreendida pelos ouvintes. Com objetivo de proporcionar ao indivíduo a formação de novas idéias e conceitos, o docente busca expor seus conteúdos com clareza e segurança, para que o aluno possa assimilar o máximo daquilo que está sendo passado. Porém, a resposta desse aluno em contrapartida nem sempre é satisfatória, algo que pode ser percebido durante uma avaliação.
Resultado este que pode estar relacionado à dificuldade que alguns alunos possuem em memorizar e aprender novas idéias, em aulas ditas como “normais”, ou seja, rotineiras, exigindo inconscientemente do docente aulas didaticamente variadas, que venha suprimir esta carência.
Este fato pode ser encarado com bons olhos, caso o professor faça alguns questionamentos, no sentido de interpretar o mecanismo da atividade cerebral, enquanto o aluno aprende, como por exemplo:
Biologicamente, como nossa memória recebe e armazena informações? Porque é mais fácil lembrar de um acidente marcante a 2 anos atrás do que lembrar o que fizemos na semana passada? Como nossos sentidos atuam nesse caso? E de que forma essas informações podem ajudar o docente?
Compreender como a mensagem chega e se armazena no cérebro é um fato muito importante, mas o mais importante é saber por que não ocorre memorização de todas elas? O cérebro recebe informações contínuas encaminhadas pelos órgãos dos sentidos, captadas por neurônios (células nervosas), que ao entrarem em contado umas com as outras formam sinapses, ou seja, impulsos elétricos e reações químicas ativando genes, que provocam o armazenamento das informações conforme a similaridade com outras já existentes, espalhadas por toda a superfície do cérebro.
Quanto mais sinapses ocorrer, mais formação de memória haverá. Portanto, se algo for frisado, de diversas formas, consequentemente existirá muitas alternativas para que as lembranças sobre o que foi armazenado venham à tona.
Entendendo este mecanismo, fica mais claro para o professor como sua exposição vai ser assimilada e o grau de dificuldade que o aluno terá para lembrá-la.
Pensando no sucesso do docente, é proposto que ele use diversas estratégias de ensino, partindo das informações que o aluno já tem para facilitar a correlação imediata das idéias. Usar vários tipos de recursos ao trabalhar novos conteúdos, que venham estimular os oitos sentidos do ouvinte, sendo os mais conhecidos, tato, olfato, paladar, audição e visão, onde pode ser utilizado imagens, cheiros, cores, sons, desenhos, objetos, etc. e os três mais omissos que são: nocicepção ato de sentir dor, termocepção, ato de sentir frio ou calor, e propriocepção ou seja, nossa própria noção obtida por experiência sobre algo, por exemplo capacidade de tocar o nariz de olhos fechados sem errar, podendo ser relatado algo que mexa com emocional fazendo associações com seu cotidiano.
Baseado em Gentile P. Lourenção G. Lembre-se: sem memória não há aprendizagem: Conhecendo como o cérebro guarda informações você vai ajudar os alunos a fixar os conteúdos estudados em classe. Brasília. v. 18, n. 163, p. 42-47, jul., 2003.

Lembrança e aprendizado


As relações entre memória e aprendizado são intimas e é praticamente impossível definir onde estão os limites que as. Contudo é necessário entender bem como os processos biológicos de memorização, ocorrem para que a orientação do aprendizado seja produtiva. O entendimento de que a memória funciona como um filtro de informações que se coordena e organiza criando caminhos para o conhecimento novo que, obrigatoriamente, passam por conhecimentos gerados anteriormente, traz consigo uma vantagem enorme que pode auxiliar muito no planejamento de aula dos professores. E é aqui que o diálogo e a recordação ganham força sobre a decoreba e realmente refletem o papel de construção do conhecimento e não de passagem de saberes em uma via de um único sentido. É curioso entender que os fatos são armazenados inconscientemente e que da mesma forma são direcionados a diferentes áreas do cérebro determinando que quando a lembrança é requerida várias fontes são acionadas, isso demonstra a importância de estimular a audição, visão e todos os outros sentidos para que sejam criadas cada vez mais ligações entre as várias áreas e para que estas ligações sejam perpetuadas na memória. Muitos conceitos ficam armazenados conosco por estarem associados a situações marcantes de grande impacto emocional, como datas, situações vexatórias e conquistas pessoais. Neste sentido no processo de ensino- aprendizagem sempre que emoções são ligadas, aparentemente resultam num melhor entendimento e memorização, já que normalmente afetam percepções e conceitos diferentes e nos levam a conflitar nossas próprias idéias internas, forçando a criação e desenvolvimento de novos conceitos. Retornamos então ao conceito de construção do conhecimento e compreendemos o quanto a forma como as informações são absorvidas e assimiladas são importantes, pois determinam o grau de relevância que as lembranças terão em nossa memória e revelam que a memória e o aprendizado requerem muita atenção e, acima de tudo, estímulo.
Gentile P. Lourenção G. Lembre-se: sem memória não há aprendizagem: Conhecendo como o cérebro guarda informações você vai ajudar os alunos a fixar os conteúdos estudados em classe. Brasília. v. 18, n. 163, p. 42-47, jul., 2003.