domingo, 31 de maio de 2009

Levantamento de plantas medicinais

A utilização das plantas como medicamentos é muito antiga, e passou a fazer parte da cultura humana, através de observações dos primeiros hominídeos ao analisar e processar as informações sobre a forma como os animais procuravam tais plantas. A utilização de plantas medicinais pelo povo faz parte ainda hoje da cultura brasileira, como resultado das experiências de gerações passadas, que foram transmitidas por meio de aprendizagem consciente e inconsciente (Panizza,1997).
Com tantas ervas disponível em nossos quintais, em nossas matas, em nossas florestas, hoje ainda são poucos os estudos, os investimentos e até mesmo os conhecimentos que se tem sobre a vasta flora brasileira que é uma das mais ricas do mundo, principalmente quando se trata de ervas medicinais. O que torna muito importante o estudo destas plantas, pois, estes permitem a produção de medicamentos naturais, podendo ajudar no tratamento das mais variadas doenças, já que tão pouco se conhece sobre estas plantas (Rodrigues e Carvalho, 2001), podendo estas tratar doenças que hoje ainda são consideradas de difícil cura.
Para Serigatto e Campos (1997) no mundo em que vivemos, as dificuldades financeiras são tantas que os menos abastados dificilmente conseguem adquirir os remédios necessários para curar suas enfermidades e por isso perecem dos mais variados incômodos e não sabem que o tratamento e o medicamento mais acessível pode ser derivado das plantas medicinais, ou até mesmo utilizando-as in natura, o que faz das plantas medicinais uma opção para uma vida mais saudável independente da classe social. Atualmente as plantas medicinais representam uma alternativa barata, de fácil manutenção e comprovadamente eficiente, quando corretamente cultivadas, manipuladas e utilizadas (Vieira et al, 2004 apud Barreto et al, 2006). Porém para conhecermos melhor as plantas de modo geral, o primeiro passo é um estudo etnobotânico, visto que ela compreende o estudo das sociedades humanas, passadas e presentes, e suas interações ecológicas, genéticas, evolutivas, simbólicas e culturais com as plantas (Fonseca-Kruel e Peixoto,2004), o que facilita o entendimento sobre as mesmas. E para chegarmos a este conhecimento é necessário que se faça o estudo etnobotânico, através de entrevistas com os moradores da região a ser estudada, com a coleta e identificação das plantas encontradas, para só então ser possível um estudo mais aprofundado sobre a eficácia de cada erva coletada ou citada pelos moradores.
O estudo sobre estas plantas é importante ainda pelo valor cultural que existe no uso e nas formas de uso destas plantas, e através destes estudos podemos garantir que estes conhecimentos tão importantes não se percam no tempo, ou que plantas deixem de existir antes mesmo de serem descobertas.

Referenciais bibliográficos:

PANIZZA, S. Plantas que curam(cheiro de Mato), 25ª ed. Ibrasa, São Paulo, 1997.
RODRIGUES, V. E. G e CARVALHO D. A. Plantas medicinais no domínio dos cerrados, Ed.UFLA, Lavras, 2001.
SERIGATTO, E. M. e CAMPOS R. A. B. Plantas utilizadas na medicina caseira na região de Alta Floresta- MT. Ed.Gráfica Real, Mato Grosso, 1997.
FONSECA-KRUEL,V. S da. e PEIXOTO A. L. Etnobotânica na Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo, RJ, Brasil1, 2004. Revista Acta Botânica, p.177.
VIEIRA, L. A., et al, Projeto Farmácia Viva-Implantação da Fitoterapia no SUS/Betim. In:X Seminário Mineiro de Plantas medicinais, São Paulo, 2004. Citado por: BARRETO, B. B. et al, O uso de plantas medicinais por comunidades carentes no município de Juiz de Fora(MG), 2006.
Disponível em: <
www.dacbio.ufjf.br/Resumos_Sembio> Acesso em: 11/05/2009.

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