terça-feira, 28 de abril de 2009

Importância da didática nos aspectos neurocognitivos


Enquanto educadores, os docentes desejam que sua proposta de ensino seja sempre bem aceita e compreendida pelos ouvintes. Com objetivo de proporcionar ao indivíduo a formação de novas idéias e conceitos, o docente busca expor seus conteúdos com clareza e segurança, para que o aluno possa assimilar o máximo daquilo que está sendo passado. Porém, a resposta desse aluno em contrapartida nem sempre é satisfatória, algo que pode ser percebido durante uma avaliação.
Resultado este que pode estar relacionado à dificuldade que alguns alunos possuem em memorizar e aprender novas idéias, em aulas ditas como “normais”, ou seja, rotineiras, exigindo inconscientemente do docente aulas didaticamente variadas, que venha suprimir esta carência.
Este fato pode ser encarado com bons olhos, caso o professor faça alguns questionamentos, no sentido de interpretar o mecanismo da atividade cerebral, enquanto o aluno aprende, como por exemplo:
Biologicamente, como nossa memória recebe e armazena informações? Porque é mais fácil lembrar de um acidente marcante a 2 anos atrás do que lembrar o que fizemos na semana passada? Como nossos sentidos atuam nesse caso? E de que forma essas informações podem ajudar o docente?
Compreender como a mensagem chega e se armazena no cérebro é um fato muito importante, mas o mais importante é saber por que não ocorre memorização de todas elas? O cérebro recebe informações contínuas encaminhadas pelos órgãos dos sentidos, captadas por neurônios (células nervosas), que ao entrarem em contado umas com as outras formam sinapses, ou seja, impulsos elétricos e reações químicas ativando genes, que provocam o armazenamento das informações conforme a similaridade com outras já existentes, espalhadas por toda a superfície do cérebro.
Quanto mais sinapses ocorrer, mais formação de memória haverá. Portanto, se algo for frisado, de diversas formas, consequentemente existirá muitas alternativas para que as lembranças sobre o que foi armazenado venham à tona.
Entendendo este mecanismo, fica mais claro para o professor como sua exposição vai ser assimilada e o grau de dificuldade que o aluno terá para lembrá-la.
Pensando no sucesso do docente, é proposto que ele use diversas estratégias de ensino, partindo das informações que o aluno já tem para facilitar a correlação imediata das idéias. Usar vários tipos de recursos ao trabalhar novos conteúdos, que venham estimular os oitos sentidos do ouvinte, sendo os mais conhecidos, tato, olfato, paladar, audição e visão, onde pode ser utilizado imagens, cheiros, cores, sons, desenhos, objetos, etc. e os três mais omissos que são: nocicepção ato de sentir dor, termocepção, ato de sentir frio ou calor, e propriocepção ou seja, nossa própria noção obtida por experiência sobre algo, por exemplo capacidade de tocar o nariz de olhos fechados sem errar, podendo ser relatado algo que mexa com emocional fazendo associações com seu cotidiano.
Baseado em Gentile P. Lourenção G. Lembre-se: sem memória não há aprendizagem: Conhecendo como o cérebro guarda informações você vai ajudar os alunos a fixar os conteúdos estudados em classe. Brasília. v. 18, n. 163, p. 42-47, jul., 2003.

Lembrança e aprendizado


As relações entre memória e aprendizado são intimas e é praticamente impossível definir onde estão os limites que as. Contudo é necessário entender bem como os processos biológicos de memorização, ocorrem para que a orientação do aprendizado seja produtiva. O entendimento de que a memória funciona como um filtro de informações que se coordena e organiza criando caminhos para o conhecimento novo que, obrigatoriamente, passam por conhecimentos gerados anteriormente, traz consigo uma vantagem enorme que pode auxiliar muito no planejamento de aula dos professores. E é aqui que o diálogo e a recordação ganham força sobre a decoreba e realmente refletem o papel de construção do conhecimento e não de passagem de saberes em uma via de um único sentido. É curioso entender que os fatos são armazenados inconscientemente e que da mesma forma são direcionados a diferentes áreas do cérebro determinando que quando a lembrança é requerida várias fontes são acionadas, isso demonstra a importância de estimular a audição, visão e todos os outros sentidos para que sejam criadas cada vez mais ligações entre as várias áreas e para que estas ligações sejam perpetuadas na memória. Muitos conceitos ficam armazenados conosco por estarem associados a situações marcantes de grande impacto emocional, como datas, situações vexatórias e conquistas pessoais. Neste sentido no processo de ensino- aprendizagem sempre que emoções são ligadas, aparentemente resultam num melhor entendimento e memorização, já que normalmente afetam percepções e conceitos diferentes e nos levam a conflitar nossas próprias idéias internas, forçando a criação e desenvolvimento de novos conceitos. Retornamos então ao conceito de construção do conhecimento e compreendemos o quanto a forma como as informações são absorvidas e assimiladas são importantes, pois determinam o grau de relevância que as lembranças terão em nossa memória e revelam que a memória e o aprendizado requerem muita atenção e, acima de tudo, estímulo.
Gentile P. Lourenção G. Lembre-se: sem memória não há aprendizagem: Conhecendo como o cérebro guarda informações você vai ajudar os alunos a fixar os conteúdos estudados em classe. Brasília. v. 18, n. 163, p. 42-47, jul., 2003.