segunda-feira, 29 de junho de 2009

A importância que a população dá, para trabalhos como o meu!


Partindo de conhecimentos empíricos observa-se que trabalhos que realizam pesquisas básicas, geram menos interesse, discussão e polêmica do que outros que não possuem esta característica. O trabalho citado no título deste texto refere-se ao levantamento e à identificação de fungos anemófilos (dispersos pelo vento), do município de Tangará da Serra, e as correlações com fatores ambientais, um exemplo claro de pesquisa que não desperta muito interesse da população.
Outros trabalhos com características similares estão na mesma situação, por exemplo: Fazer levantamento de moscas no Cerrado Brasileiro, com objetivo de redescrever um gênero já existente, descrevendo duas novas espécies. E pesquisar uma nova técnica de estocagem de ovos de percevejo visando a produção massal, ou seja, em grande quantidade, de parasitóide em laboratório.
Destacando a importância de cada trabalho, enfatizo que saber da existência de uma gama de fungos, em algum lugar, o que eles fazem/causam, ou podem fazer/causar, como sua população aumenta ou diminui é de sumo interesse, principalmente quando se retrata quadros de alergia desencadeados por agentes aerobiológicos. No caso da descoberta de uma nova espécie de mosca em algum lugar, pode se inferir que esse ambiente possua características naturais diferentes de outros, onde o registro não foi detectado ainda, aumentando os motivos para preservá-lo. Ou no caso de detectar que, além de uma, existem duas técnicas para estocar ovos de percevejos, ampliamos as possibilidades de manejo deste no uso de controle de pragas sem uso de veneno, substância química que prejudica direta ou indiretamente o meio ambiente e os seres vivos em geral. Para os pesquisadores esta importância já está clara, porém isso nem sempre é simultâneo para o leitor.
Descartando a hipótese que o pesquisador finalize um texto com linguagem complexa, me indago: _ Será que a falta de interesse por parte do leitor por esse tipo pesquisa está correlacionado há falta de subsidio para compreender o assunto e interessar-se por ele, ou a resposta está em como o conhecimento base, importante para compreensão do conhecimento específico, foi transmitido?
Com relação a última opção destacando a questão educacional, vejo que muitas pessoas se desinteressam por algum conteúdo quando este é transmitido de maneira complexa e confusa, este comportamento é observado em professores que não possuem muita habilidade em sala de aula, ou que não dominam o conteúdo em questão. Neste caso exemplificando a pesquisa sobre fungos, me questiono: Como posso passar este conceito ao aluno, de maneira que este não desista do conteúdo antes de conhecê-lo profundamente?
Cientificamente falando, o fungo é um organismo microscópico, eucarionte, uni ou pluricelulares, heterótrofo, que se alimenta por absorção, podem ser patógeno ou não e devido às suas características fisiológicas, consegue desenvolver-se em diversos ambientes.
Em outras palavras, o professor poderia iniciar o conteúdo levando-o para a realidade do aluno, dizendo que fungos são organismos muito pequenos colocados na massa do pão/bolo, que ao se alimentarem do açúcar adicionado na massa, fazem com que a mesma cresça, deixando o pão maior e macio e que o mesmo fungo da massa do pão, é utilizado na produção de cerveja entre outras bebidas alcoólicas. Ou que fungo é um organismo muito pequeno, que ao entrar em contato com a unha de humanos e achar condições favoráveis, pode causar doenças deixando-a de cor escura, azulada, com ou sem ou odores. A partir de então, depois de fazer esta ligação, o professor poderá aprofundar o assunto com termos mais específicos, esclarecendo os detalhes de como essas reações acontecem.
Ao simplificar a linguagem do assunto, passando de maneira clara e sucinta, o professor, propõem situações para que o aluno compreenda o mesmo e sinta mais interesse em aprender sobre o que está sendo trabalhando, não deixando a pessoa com traumas, preconceito ou raiva.
Atitudes como estas poderiam melhor a recepção, não apenas de trabalhos como o meu, mas de diversos pesquisadores com diferentes linhas de pesquisas.

domingo, 21 de junho de 2009

Genética molecular: Uma luz para taxonomia dos fungos


O reino dos fungos encontra-se dividido em cinco subdivisões: Mastigomicotina, Zigomicotina, Basidiomicotina, Ascomicotina e Deuteromicotina. Estão assim classificados devido às diferenças morfológicas das estruturas reprodutivas existentes entre eles. Para classificar um fungo, é necessário analisar vários aspectos, macro e micro morfológicos, tendo como base de estudo as estruturas reprodutivas, bem como as células reprodutivas juntamente com o acompanhamento do ciclo assexuado e sexuado do espécime. No caso da subdivisão Deuteromicotina estão inclusos somente os gêneros em que o ciclo sexuado ainda é desconhecido. Logo, com o descobrimento desses ciclos, esta subdivisão tende a reduzir, podendo até acabar.
A grande dificuldade na identificação/classificação de fungos está associada ao fato de que, dependendo da manutenção que o fungo sofreu ele pode alterar suas estruturas e, muitas vezes induzir o taxonomista a uma classificação de gêneros distintos quando estes são iguais. Por isso, na taxonomia de fungos as manutenções dos espécimes são de suma importância, para o sucesso da identificação. Nesse aspecto, ao analisar os fungos em nível molecular, reduzimos a ocorrência desse erro, agilizando a classificação e identificação dos mesmos.
Calcula-se a existência de 100.000 a 200.000 espécies de fungos, e desses 180 são patógeno ao homem (LACAZ et al, 2002). Portanto ao Utilizarmos a biologia molecular para a identificação dos fungos, alcançamos diversos benefícios, como econômicos, pois facilita a identificação de um patógeno sendo possível a medicação com o antifúngico mais correto, como tambem na produção de medicamentos a partir dos fungos; ecológicos no sentido de determinar com certeza a diversidade fúngica do solo, ar e água de uma região, colaborando também nas pesquisas filogenéticas que verificam as relações entre as características existentes nas diversas espécies fúngicas.

Referências consultadas
LACAZ, C. S; PORTO, E; MARTINS, J. E. C.; VACCARI, E. M. H.; MELO, N. T. Tratado de micologia médica. 9ª ed. São Paulo. Sarvier, 2002. 1104 p.

Educação: Sinônimo de riqueza



Atualmente o ensino de ciências, tem marcado presença significativa no cotidiano da maioria das pessoas, complementando os ensinos aprendidos em sala de aula. Indireta ou diretamente a mídia tem reforçado estes conhecimentos, mesmos quando eles são superficiais retratando assuntos diferenciados. Seja na televisão, exposta nos jornais, novelas, ou filmes, ou nos rádios, internet, jornais entre outros veículos de comunicação gerando oportunidade do conhecimento, sinônimo de riqueza.
Conhecimento que pode transformar e modelar, o comportamento social, econômico, gerar habilidades inovadoras, ações criativas, culturas diferenciadas, influenciar as modas, aumentar os cuidados e atenções com a saúde, melhorar as condições da estrutura familiar, enfim a educação em um todo.
Aspectos estes que influenciam na formação de uma sociedade mais autônoma, crítica e consequentemente entusiasmada no sentido de obter informações, deixando de ser espectadores, mas fazendo parte dela.
Porém, nem sempre a ciência que está na mídia e até nas escolas proporcionam ensino científico essencial para o aluno, situação que agrava a boa formação e obtenção dos conhecimentos que fazem com que a sociedade desenvolva.
Muitas vezes, o conhecimento científico fica restrito a pessoas de maior poder aquisitivo, com relação à maioria da população. Situação que prejudica o surgimento e crescimento de recursos humano capacitados nessas áreas, visto que hoje a principal forma de educação provém do poder público, e esse nem sempre disponibiliza os meios necessários para que o ensino de qualidade se realize.
Geralmente o ensino público não oferece laboratório de pesquisa, de informática, programas de iniciação cientifica, entre outros recursos que possibilitam a realização de aulas práticas, que são de suma importância na concretização do ensino aprendizado, e a situação educacional torna-se pior quando o docente leciona suas aulas baseando-se apenas no livro didático, reduzindo as oportunidades que o aluno precisa para ampliar seus conhecimentos, pois, aos inserir aulas práticas e laboratoriais, o conteúdo se torna mais interessante, claro e os alunos podem sanar melhor suas dúvidas, despertando curiosidades a respeito do que se ensina.
Por exemplo, durante a explicação sobre o sistema visual, a fisiologia pode ser considerada um transtorno ou um prazer, isso depende dos recursos disponíveis e a maneira em que o docente conduzirá suas aulas. Neste caso, considerando que a escola possui um laboratório de ciências, o professor pode trabalhar com a turma em grupos apresentando-lhes um olho de boi, para que os alunos possam abrir e analisar cada estrutura compreendendo melhor suas funções.
Desta forma verifica-se que o investimento na educação detalhadamente no espaço escolar, na informatização dos centros de ensino, em laboratoriais didáticos, entre outras ações como eventos que despertem a criatividade e curiosidade dos alunos, são essencial na formação de uma sociedade mais autônoma.
Para um país como o Brasil, possuidor de inúmeras riquezas o surgimento mesmo que seja em longo prazo, de corpo humano competente, capaz de criar conhecimentos e tecnologias que são de alto custo, hoje encontradas apenas no exterior, refletirá positivamente no desenvolvimento unânime do país.

Referências utilizadas
UNESCO. Ensino de Ciências: o futuro em risco. Série Debates VI. 2005.
WORTMANN, M.L. Sobre a ciência que se aprende dentro e for a da escola. Disponível em: . Acesso em maio de 2008